Esporte e Transtornos Alimentares

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Pressão por melhores resultados contribui para os Transtornos Alimentares no esporte.

Esporte e Transtornos Alimentares
O assunto “Transtornos Alimentares” (TAs) não é muito falado no âmbito do esporte, mas deveria, segundo pesquisa
da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) publicada na Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. Pressão de treinadores e pais no anseio por melhores resultados, vestimentas que salientam a forma corporal, ênfase dada à magreza e perda de peso são alguns dos fatores que contribuem para o desencadeamento dos TAs nos atletas.
Intitulada
“Comparação da insatisfação corporal e do comportamento alimentar inadequado em atletas adolescentes de diferentes modalidades esportivas”, a pesquisa – feita por Leonardo de Sousa Fortes e Maria Elisa Caputo Ferreira –, analisou atletas dos sexos feminino e masculino.
Anorexia
De acordo com o estudo, a anorexia nervosa, um caso de TA, é bastante comum entre adolescentes do sexo feminino e pode ser caracterizada por restrição alimentar, vômitos forçados após refeições, medo excessivo de engordar e uso de remédios para emagrecer.

Já as modalidades que necessitam de leveza de movimentos, baixa percentagem de gordura corporal e baixo peso corporal – como ginástica artística, ginástica rítmica, triathlon, nado sincronizado e saltos ornamentais – ou aquelas que são divididas por categorias de peso como judô, ‘taek-won-do’ e karatê, ou ainda as que dependem de avaliações externas feitas por juízes são consideradas de risco para o desencadeamento de TAs.
A competitividade dos atletas é outra causa para uma alimentação errada. Contudo, os autores alertam para o fato de que
“apesar destas suposições, os estudos já realizados não têm sido totalmente conclusivos quanto aos seus resultados, deixando ainda uma lacuna do conhecimento, se de fato, atletas de modalidades consideradas de ‘alto risco’ são mais insatisfeitos e se estes apresentam maiores índices de comportamentos alimentares inadequados que atletas de esportes ditos de ‘baixo risco’ para tais desfechos”.
Na questão sobre a insatisfação corporal, os pesquisadores observaram que basquetebolistas do sexo masculino eram mais insatisfeitos com o corpo que atletas de handebol. Por outro lado, não houve diferença desta variável afetiva nos diferentes grupos de nível competitivo, nem entre modalidades esportivas do sexo feminino”.
Outra observação do estudo foi a maior prevalência de comportamento alimentar de risco para TAs entre atletas que competiam no âmbito regional.
Apesar da amostra da pesquisa ter incluído 580 atletas, algumas modalidades esportivas, como
esgrima e saltos ornamentais, tiveram poucos representantes, fato que limitou a análise, segundo os pesquisadores.
Além disso, outro obstáculo para a realização do estudo foi “a subcultura de desconfiança”. Segundo Leonardo e Maria Elisa, os treinadores não reconhecem a importância deste tipo de estudo e geralmente negam a participação voluntária de sua equipe.

http://www.abeso.org.br/lenoticia/867/esporte-e-transtornos-alimentares.shtml

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