Pesquisa da Unicamp revela diferenças em áreas do cérebro de magros e obesos. |
Cérebro de Magros e de Obesos Têm DiferençasPesquisa realizada sob orientação do professor Lício Velloso, do Departamento de Clínica Médica da Universidade Estadual de Campinas, mostrou que algumas áreas do cérebro dos obesos – principalmente o hipotálamo, ligado ao controle da fome e do gasto energético – revelam padrões distintos de funcionamento quando comparadas às de pessoas magras. O resultado foi considerado um avanço importante. O estudo, realizado no Laboratório de Sinalização Celular da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, se refere à pesquisa de doutoramento da aluna Simone Van de Sande-Lee e está publicado na conceituada revista Diabetes, EUA. Os especialistas explicam que, nos últimos 15 anos, as pesquisas têm revelado que os caminhos que levam à doença são muito mais complexos do que se imaginava anteriormente. E neles o sistema nervoso central (SNC) tem um papel de grande importância. O Dr. Licio Velloso explica: “O nosso conhecimento a esse respeito cresceu de tal forma que hoje nós acreditamos que a obesidade decorra, principalmente, de algum erro no processamento de informações que chegam ao sistema nervoso central”. Importância da Leptina Licio Velloso comenta que entender esse processo – ou seja, que o cérebro passa a responder de forma inadequada à leptina, por estar, de certa maneira, alterado por uma inflamação – foi um avanço importante. “E essa inflamação é causada, principalmente, por um dos componentes da nossa alimentação: os ácidos graxos saturados, ou seja, as gorduras saturadas encontradas, por exemplo, na carne vermelha e no leite”. O pesquisador afirma que a pesquisa de Simone Van de Sande-Lee é importante no esclarecimento de aspectos importantes para a compreensão dos mecanismos que levam à obesidade, e contribui com futuras pesquisas sobre o tratamento da doença. “É importante porque deixa claro que o alvo para se tratar a obesidade é mesmo o sistema nervoso central, o que abre novas perspectivas terapêuticas, com o desenvolvimento de novas drogas, por exemplo”, conclui.http://www.abeso.org.br/lenoticia/740/cerebro-de-magros-e-de-obesos-tem-diferencas.shtml |