A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) acaba de apresentar, no World Nutrition, asdiretrizes para restringir a publicidade de alimentos e bebidas não alcoólicas, principalmente as supercalóricas e de pouco valor nutricional para crianças. O evento, considerado o maior emnutrição e saúde pública do mundo, ocorreu no Rio de Janeiro. Dentro das diretrizes, a Opas propõe uma integração de várias instâncias para que sejam criadas políticas restritivas a fim de controlar a divulgação de marcas e alimentos “disfarçada” de conteúdo educacional em escolas. Obesidade Infantil Segundo Corinna Hawkes, pesquisadora da área e consultora da Opas e da Organização Mundial de Saúde (OMS), já está evidente a ligação entre a publicidade de alimentos e a obesidade infantil. Para ela, já está mais do que na hora de se colocar um freio nesse processo. No Brasil, dados recentes apontam que 15% das crianças são obesas. Assim, de acordo com Isabella Henriques, diretora do Instituto Alana – ONG que participou da confecção das diretrizes –, as pesquisas mostram a probabilidade dos pequenos se tornarem adultos com obesidade. No evento foi abordada a necessidade de discutir as políticas restritivas entre as várias instâncias do governo e a indústria alimentícia. Isso para que não aconteça o que já ocorreu no Brasil, em 2010, quando a Anvisa publicou a RDC 24/2010 – uma resolução que previa alertas em anúncios de alimentos com alto teor de sódio,açúcar e gordura, que foi contestada pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentação. O resultado? A Associação conseguiu, na Justiça, suspender sua entrada em vigor. Na ocasião, a indústria argumentou que a Anvisa não tem como função criar regras para a publicidade de alimentos e que isso era da alçada do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar). Na opinião de Hawkes, a autorregulamentação não é suficiente. Por sua vez, Enrique Jacoby, consultor da Opas, declarou que a verba gasta pela indústria com propaganda é muito maior do que a que se dedica à educação alimentar, sendo essa uma “briga desigual”. http://www.abeso.org.br/lenoticia/872/opas-pede-regras-para-a-publicidade-de-supercaloricos.shtml |