Após recorrerem a tratamentos para diminuir o peso sem sucesso, a procura pela cirurgia bariátrica como solução para essas doenças tem aumentado. Segundo o levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), em 2003 eram realizados no Brasil 16.000 cirurgias por ano, número que em 2010 aumentou para 60.000. Essa procura acontece principalmente nos casos em que a obesidade vem acompanhada de comorbidades – ou seja, doenças associadas ao ganho de peso, como diabetes, hipertensão, hiperlipidemia, coronariopatias, doenças articulares, apneia do sono, câncer e insuficiência respiratória e cardíaca. Hoje sabemos que essas doenças tem sido a principal causa de mortalidade entre as pessoas que estão acima do peso ideal.

Mesmo com a evolução nas cirurgias para obesidade, existem outros fatores que também são imprescindíveis para que o procedimento seja um sucesso. Primeiramente, é necessária a avaliação de um médico especialista para validar a necessidade de cirurgia, bem como identificar comorbidades que justifiquem o procedimento. Após essa avaliação e indicação terem sido realizadas, é de total importância que o paciente passe por uma avaliação com o psicólogo, para que ele tenha clareza do processo que estará se submetendo e entender se o momento é adequado, além possibilitar o diagnóstico de psicoses, distúrbios alimentares ou dependência de álcool e drogas – todos fatores que podem interferir no sucesso da cirurgia. O acompanhamento psicológico tanto antes quanto depois da cirurgia vai dar o suporte necessário ao paciente.

A família também deve participar desse processo de preparação junto com o paciente. Isso porque nos primeiros meses do pós-operatório o paciente estará sensível e com uma série de restrições alimentares, cabendo a família adequar seu cardápio a essas mudanças. Muitos são o relatos de pacientes angustiados, porque os pais, maridos ou esposas continuam comprando ou mesmo preparando alimentos “proibidos” nessa etapa, gerando angústia e incertezas. Outras vezes deixam espalhados pela casa alimentos que o paciente adora e que está proibido de comer, como chocolates, refrigerantes e salgadinhos.

Outro ponto importante que deve ser desmistificado é o fato de as pessoas acreditarem que a cirurgia é o fim de seu problema com o peso, o que nem sempre é verdade – afinal, é necessário toda a mudança nos hábitos alimentares para que o peso seja mantido com saúde.

Dessa forma, a preparação pré-cirurgia é um dos pilares que irá garantir o maior sucesso após o procedimento. Por isso, ao tomar essa importante decisão em sua vida, faça de forma correta, procure orientação alimentar, emocional e física, garantindo assim qualidade de vida e manutenção do peso.

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