Obesidade e auto estima

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Algumas mulheres conseguem viver de forma tranquila com a obesidade e muitas relatam as dores e delícias por ter quilos a mais do que o considerado padrão normal em nossa sociedade.

Essa aceitação vai depender da forma que a pessoa foi criada, suas crenças e valores, além de considerarmos que o mais importante  é com que a pessoa se vê, enxerga o corpo, e como reage a cultura do corpo magro pregado pela cultura atual.

Na novela “Amor a Vida” a personagem Persefone acaba com o casamento após sentir-se humilhada e desrespeitada pelo marido e colegas por estar acima do peso, deixando claro que cresceu ouvindo que era linda e resolveu que acima de tudo ela precisa se amar e se respeitar.

Agora, quando crescemos dentro de uma família onde estar magro é um fator de extrema importância e isso é cobrado, tende-se a crescer com a auto estima baixa, acomodados com o peso ou em uma luta constante por algo que na grande maioria da vezes, não se tem força para mudar. Outras pessoas com a mesma forma de criação conseguem reverter o quadro, pois possui mais ferramentas internas que a possibilitam a persistir nos objetivos pretendidos. Desta forma, podemos afirmar que, tudo vai depender da forma com que se enxerga, e os valores que lhe são passados e cobrados, além é claro do fator biológico de cada um.

Os fatores do aumento de peso são inúmeros e irão depender de cada caso, porém a auto estima,  pessoas com mais iniciativa, persistentes, organizadas, acabam tendo uma facilidade maior de aderirem a uma reeducação alimentar e física.

A auto aceitação vem de todo um contexto, poder valorizar as formas, respeitar o corpo, o biótipo, é um caminho que possibilita vive bem consigo mesmas. Senti-se bonita, sensual dentro de um corpo mais cheinho, reconhecer o feminino, e acima de tudo, saber de seu potencial como mulher.

Quando somos bebês e sentimos algum desconforto, choramos, temos dor, a mãe tende a alimentar, e o leite vem da forma certa, morninho, proporcionando um estado de relaxamento, conforto e extremo prazer. Essa experiência em algumas pessoas são relacionadas com a tentativa do adulto, a procurar nos alimentos essa mesma sensação de tranqüilidade, como o leite fazia.

Além do mais, ao passar o tempo todo tentando controlar a vontade de comer leva a pessoa a ficar mais ligada na comida, desencadeando mais vontade de comer, não fome, pois fome é um processo fisiológico, e aqui estamos falando somente do desejo, e quando se fala em desejo, sempre tem algum alimento específico do qual a pessoa acaba recorrendo, sendo que fome, a gente satisfaz com qualquer alimento.

Quando vivemos em guerra com a obesidade focamos na perda de peso de forma que não desligamos dos outros fatores que também contribuem para uma perda de peso efetiva, sendo que se o indivíduo não aprende a aceitar suas limitações e fazer as pazes consigo mesmo.

Raiva, tristeza, insatisfação, sexualidade ruim, casamento disfuncional, estar mal no emprego, entre outras possíveis questões (pois cada um tem uma problemática), leva a um desconforto ainda maior, e quem tem um comportamento alimentar inadequado, acaba ganhando peso.

Muitas vezes o estar obeso pode servir como forma de proteção, sabotagem, sendo melhor ficar com o peso conhecido, do que mudar, o que dá trabalho e exige comprometimento da parte das pessoas.

A terapia vai trabalhar vários aspectos importantes na vida de um paciente, focando nas principais áreas de vida, como financeiro, afetivo, qualidade de vida, espiritualidade, relacionamentos pessoais, hobbies, profissional.

A obesidade é somente um sintoma de alguma desarmonia na vida, algo que não está bem, sendo importante uma reavaliação do contexto geral, na busca de um equilíbrio. A comida deve ser somente para nutrir o corpo e não a alma.

Resgatando aspectos importantes de vida, elevando a auto estima, o paciente pode entender as relações emocionais, desenvolvendo estratégias para comer de forma adequada, se responsabilizando por seu processo de perda de peso, seguindo a dieta da nutricionista e exercícios físicos.

Se amar é um processo, e somente reavaliando sua história e aprendendo a se valorizar, se alcança o bem estar e harmonia.

 

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