Pessoas na melhor idade também podem ter qualidade de vida

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Muitas são as causas do sobrepeso/obesidade por questões orgânicas e emocionais. Vivemos em guerra com a obesidade  focamos na perda de peso de forma que não desligamos dos outros fatores que também contribuem para uma perda de peso efetiva, sendo que se o indivíduo não aprende a aceitar suas limitações.

A raiva,  tristeza, insatisfação, sexualidade ruim, casamento disfuncional, estar mal no emprego entre outras possíveis questões também geram desconforto maior, e quem tem um comportamento alimentar inadequado em função de questões emocionais também acabam ganhando peso.

Muitas vezes o estar obeso pode servir como forma de proteção, sabotagem, sendo melhor ficar com o peso conhecido, do que mudar, o que dá trabalho e exige comprometimento da parte das pessoas.

Pessoas além dos cinquenta anos de idade também estão sujeitas a ganhar peso e muitos são os fatores emocionais, em função da aposentadoria, saída dos filhos de casa, falta de ânimo ou disposição para cuidarem e é importante destacar que apesar de se divulgar a importância da atividade física na terceira idade, a grande maioria delas permanecem acomodadas, até por nunca terem sido estimuladas pelos pais quando crianças ou adolescentes, cresceu com a ideia de atividade física como algo chato, que despende muito esforço.

O metabolismo fica mais lento, a ociosidade, alimentação desbalanceada, problemas de saúde,  algumas medicações que favorecem o ganho de peso, estresse, falta de motivação para se cuidar, depressão. Podemos listar uma série de probabilidades, porém como cada indivíduo é único, é importante que passe por uma avaliação para poder detectar se os disparadores do peso é emocional ou físico.

O distúrbio de sono, também acarreta ansiedade e estresse, formando um círculo vicioso, pois quando nos sentimos cansados, muitos compensam com o aumento de ingestão de comida, muitas vezes o carboidrato, que é fonte de energia no organismo.

Ansiedade é um grande potencial para ganho de peso, pois causa uma sensação de angústia e inquietude muito grande, o que leva as pessoas utilizarem da comida, principalmente doces para tentar amenizar essas sensações. Pode ser em relação a algum evento ou ter um outro motivo específico, do qual a pessoa fica atenta e não desliga. O sintoma vem marcado por sensações corporais desagradáveis, tais como uma sensação de vazio no estômago, coração acelerado, transpiração, entre outras.

Na vida agitada, a correria, a pressão e o estresse, acabam somando-se e torna a ansiedade algo corriqueiro em nossas vidas. Dependendo do grau ou frequência da mesma, pode se tornar uma doença patológica e acarretar muitos problemas posteriores. A relação entre esse sintoma e o medo é muito próxima, de forma que o indivíduo acaba tendo receio de encarar situações diferenciadas em sua vida, evitando ao máximo pelo menos tentar mudar.

Quando nos sentimos ansiosos, ficamos inquietos, interferindo em determinados comportamentos corriqueiros do dia a dia, como por exemplo, a alimentação. Quando isso ocorre, algumas pessoas desenvolvem a superalimentação como forma de amenizar alguns sentimentos desagradáveis, na grande maioria das vezes, de forma inconsciente.

Quando somos bebês e sentimos algum desconforto, choramos, temos dor, a mãe tende a alimentar, e o leite vem da forma certa, morninho, proporcionando um estado de relaxamento, conforto e extremo prazer. Essa experiência em algumas pessoas são relacionadas com a tentativa do adulto, a procurar nos alimentos essa mesma sensação de tranquilidade, como o leite fazia.

Além do mais, pensar o tempo todo em controlar a vontade de comer, leva a pessoa a fica ligado na comida, desencadeando mais vontade de comer, não fome, pois fome é um processo fisiológico, e aqui estamos falando somente do desejo, e quando se fala em desejo, sempre tem algum alimento específico do qual a pessoa acaba recorrendo, sendo que fome, a gente satisfaz com qualquer alimento.

O que pode ter relação é que ao estar com sobrepeso, muitas pessoas se sentem mal, auto estima baixa, podendo causar alterações como ansiedade, estresse, tristeza pois não conseguem focar em outras coisas, ficando em uma busca constante do corpo perfeito, ou nesse caso, o corpo jovem. Muitas mulheres ainda ficam com a imagem do corpo da juventude, e não conseguem aceitar que após uma determinada idade, ou mesmo após ter filhos, a estrutura corporal muda, e ganhamos algumas formas não desejadas.

A reeducação alimentar sempre deve ser seguida, porém o que acontece, é que uma grande parcela de pessoas utiliza a comida como forma de conforto, as situações de estresse, bem como tristeza, raiva, ansiedade.

Seguir a dieta é o caminho assertivo sempre, mas nesse caso, buscar as fontes estressoras, aprendendo a lidar com elas, seja diminuindo ritmo de trabalho ou buscando ajuda em algumas situações dos quais foge ao controle, é o caminho que vem somar junto com a dieta, na busca do peso saudável. Isso porque muitas vezes as fontes de estresse estão fora do nosso alcance, ou seja, um membro da família que usa drogas, deixando a família o tempo todo em estado de alerta. Nesses casos por exemplo, não temos como retirar a fonte de estresse, e sim temos que aprender a lidar com essas situações, a fim de que não afetem nossas vidas com muita intensidade.

 Toda situação que seja gritante aos olhos precisa de atenção especial. Na medida que vamos envelhecendo, é certo que nosso metabolismo vai ficando mais lento, um processo natural que nós seres humanos estamos expostos. Só vai ganhar peso, quem tem propensão a engordar, e se mantêm ocioso.

Se o ganho de peso for muito, comprometendo a qualidade de vida, auto estima, é necessário avaliação médica. Somente desta forma poderá ter uma avaliação mais consistente.

Os fatores emocionais também podem estar presentes, pois cada um reage de uma forma nessa etapa de vida, uns encarando a maior idade como uma fase em que pode desfrutar a vida com prazer, sem tantos compromissos, outros com tristeza, depressão, pois perdem a motivação, ou a vida vai ficando sem sentido. A comida pode vir preencher esse vazio, ou falta de sentido que sua vida adquire, com a saída dos filhos de casa, ou aposentadoria.

Pesquisadores noruegueses concluíram que o ganho de peso e os níveis de cortisol (conhecido como hormônio do estresse) são muito maiores em pessoas que engordam por causa do estresse. Ou seja, quem tem cortisol elevado, ganha peso mais facilmente.

Desta forma, ao engordar é acionado o ciclo estressante, o que gera aumento de peso, mas ao começar fazer uma dieta, também se coloca em situação de estresse, pelo fato de ficar o tempo todo esperando uma reposta positiva aos seus esforços,, o que faz elevar o nível de cortisol.

Avaliar o ritmo de trabalho também é fundamental, pois hoje é muito frequente pessoas se entregarem as suas atividades profissionais, não permitindo-se tempo para realizar uma refeição adequada, nem atividade física, na busca por resultados profissionais. Vemos aqui o ciclo do estresse, e a má alimentação.

Quando o indivíduo pratica atividade física, se permite participar de grupos de atividades que lhe proporcionem prazer, como Yôga, curso de artes manuais, pintura, dança de salão, vai estar se permitindo atividades que promovem o bem estar e relaxamento, favorecendo que desfoque a atenção da comida/dieta, e se proporcionem outras fontes de prazer.

 Psicóloga Luciana Kotaka

Especialista em Obesidade e Transtornos Alimentares

www.lucianakotaka.com.br

Curitiba – PR

 

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